Rapper Orochi Critica 'Lei Anti-Oruam' e Defende Cultura de Rua

A recente visita do rapper e produtor Orochi a uma delegacia gerou controvérsias e colocou em evidência um debate maior sobre a legislação que ameaça a liberdade artística na periferia. Orochi, proprietário do selo musical que representa Oruam, não hesitou em criticar duramente a chamada 'lei anti-Oruam'. Este projeto de lei, segundo seus críticos, visa restringir apresentações de rappers e artistas de comunidades marginalizadas, gerando um acirrado debate sobre o papel do estado na regulação da cultura de rua.

Diante das câmeras, Orochi vociferou contra a medida, destacando o caráter discriminatório da mesma. "Quem apoia essa lei é preconceituoso", disparou, argumentando que ela busca punir alguém apenas pelo legado familiar delituoso, sem considerar os caminhos diferentes escolhidos por Oruam. Este último, filho de Marcinho VP, notório líder de uma facção criminosa, optou por trilhar os próprios passos, distante do mundo ilegal do pai.

O incidente ocorreu após Oruam prestar depoimentos à polícia, algo que Orochi vê como reflexo da instrumentalização de normas legais para criminalizar uma forma de expressão cultural amplamente ligada à juventude urbana e desfavorecida. "Essa lei não existia antes", insistiu Orochi, apontando para um cenário onde Helder sonoros e líricos são colocados sob suspeita simplesmente por suas ligações sociais e geográficas.

Inusitadamente, o caso ganhou maiores proporções online, com artistas e fãs usando redes sociais para endossar o descontentamento de Orochi e condenar o que chamam de perseguição ao rap e à cultura de rua. A repercussão não intimidou Oruam, que deixou a delegacia sem complicações e logo lançou um álbum que rapidamente conquistou milhões de streams, reafirmando seu talento e resiliência.

O debate em torno da 'lei anti-Oruam' não mostra sinais de arrefecimento. Para muitos, trata-se de uma questão de liberdade de expressão e de resistência cultural, onde a arte assume um papel vital na reconfiguração de narrativas sociais e na luta contra preconceitos arraigados. O desenlace dessa disputa promete influenciar não só o mundo da música, mas também a percepção pública sobre direitos culturais em um país multifacetado.