Quando Heleninha Roitman, personagem da novela Vale Tudo foi conduzida à delegacia, o país inteiro prendeu a respiração. A artista plástica, interpretada por Paolla Oliveira, tornou‑se a principal suspeita do assassinato da poderosa empresária Odette Roitman, vivida por Débora Bloch. As digitais da jovem foram encontradas na pistola usada no crime, e a TV Globo anunciou a prisão em cena, prometendo emoções fortes na reta final da trama.
Vale Tudo, adaptada por Manuela Dias e equipe, revisita a luta pelo poder dentro da TCA, conglomerado que reúne mídia, energia e finanças. A novela, que estreou em 2024, tem mantido o público grudado nas telas desde que revelou que Odete, presidente da empresa, seria alvo de um assassinato brutal. A descoberta das digitais de Heleninha na arma é o ponto de partida para a semana decisiva, que já está gerando quedas nos índices de audiência nas competições.
O marido de Odete, César Ribeiro, não deixa de ser um candidato. O executivo temia ficar sozinho com a esposa e, segundo ele mesmo, temia ser baleado por ela caso a situação saísse do controle. Se Odete morrer, metade da TCA cairia nas mãos de César – dinheiro, poder e, sobretudo, a eliminação de um pesadelo.
Já Marco Aurélio, interpretado por Alexandre Nero, vem carregado de motivos. O vice‑presidente já tentou matar Odete uma vez; sabe que, se ela sobreviver, seus esquemas de desvio de recursos podem ser descobertos e ele pode acabar atrás das grades. O medo de prisão e a ambição desenfreada o colocam no mesmo patamar de César quando o assunto é lucro.
A polícia, comandada pelo delegado fictício Consuêlo, encontrou a pistola no banheiro da sede da TCA. A arma, de calibre .38, foi fornecida ao público em um plano‑câmera que mostrou a impressão digital de Heleninha ao lado da marca “*Sostegno*”. O laudo pericial confirmou que a impressão corresponde à da personagem, desencadeando a ordem de prisão.
Na sequência, o capítulo exibiu a chegada dos agentes à casa de Heleninha – um apartamento modesto no centro de Rio de Janeiro. Em meio a lágrimas e gritos, a artista plástica jurou inocência, alegando que alguém teria plantado suas digitais para encobrir o verdadeiro culpado. A cena, filmada com cortes rápidos e trilha sonora angustiante, acabou sendo um dos momentos mais comentados nas redes sociais, gerando memes, teorias e até mesmo protestos virtuais com a hashtag #LiberdadeHeleninha.
Vale Tudo tem o hábito de homenagear a versão clássica de 1988. Na época, a bilionária Odete Roitman (Cássia Kis) foi assassinada por Leila, personagem que ficou eternizada como a primeira “vilã assassina” da teledramaturgia brasileira. A nova produção troca a assassina, mas mantém o clima de suspense: quem realmente puxou o gatilho? Essa reverência está presente em pequenos detalhes, como o uso da mesma trilha de piano na cena do crime e a escrita de alguns diálogos inspirados nos roteiros de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
Com a prisão de Heleninha, a expectativa gira em torno dos próximos capítulos. Os roteiristas prometem “uma reviravolta que ninguém viu ao certo”, indicando que talvez o culpado seja alguém ainda não mencionado ou que figuras já apresentadas tenham motivos ainda mais obscuros.
Analistas de mídia apontam que a tensão criada pode elevar a audiência em até 12% nas próximas duas semanas, sobretudo nos grupos de 25 a 45 anos, que são os principais fãs de tramas de intriga corporativa. Além disso, a novela tem gerado debate sobre justiça, poder feminino e a moralidade nos negócios – tópicos que transcendem o universo ficcional e tocam o cotidiano de espectadores que trabalham em grandes empresas.
Até o momento, Heleninha Roitman (Paolla Oliveira) foi presa após as digitais dela serem encontradas na arma do crime, mas César Ribeiro e Marco Aurélio ainda são investigados como possíveis autores.
César acredita que, se Odete morrer, ele receberá 50% das ações da TCA, garantindo dinheiro, poder e a eliminação da ameaça que a esposa representava.
Marco Aurélio tem envolvimento em esquemas de desvio dentro da TCA; a sobrevivência de Odete poderia expor esses desmandos, levando-o à prisão.
A novela mantém o ponto central – o assassinato da bilionária – mas troca a assassina. Enquanto em 1988 Leila puxou o gatilho, agora Heleninha é acusada, gerando um diálogo entre gerações de telespectadores.
Se surgirem provas de manipulação da cena ou de outro culpado, a audiência pode virar a bandeira da personagem, como aconteceu com outros casos famosos de “falsa acusação” em novelas.
Miguel Barreto
outubro 5, 2025 AT 21:13Não podemos deixar Heleninha ser julgada tão rápido. Ela sempre foi dedicada à arte e ao ponto de vista coletivo. A prisão pode ser um tiro no pé da trama, tirando a força que a novela tem construído. O público precisa de um tempo para analisar as provas com calma. Quero ver a justiça da narrativa prevalecer, mesmo que isso demore.