Na noite de quarta-feira (25 de setembro), a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou os restos mortais que foram identificados como sendo da advogada Anic Herdy, de 54 anos, desaparecida desde 29 de fevereiro deste ano. A descoberta chocante ocorreu no quintal da casa de Lourival Correa Netto Fadiga, também conhecido como Gordo, que é o principal suspeito no caso e que tinha um relacionamento amoroso com Anic.
De acordo com a polícia, Lourival confessou o crime e revelou que havia enterrado o corpo de Anic no seu quintal após concretá-lo. Esse macabro achado foi realizado exatamente no mesmo dia em que Lourival testemunhou na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, ocasião em que ele acusou Benjamin Cordeiro Herdy, marido de Anic de 78 anos, de ter planejado o assassinato. No entanto, a polícia afirmou que, até o momento, não encontrou provas que corroborem o envolvimento de Benjamin no crime.
Os restos mortais foram descobertos em avançado estado de decomposição, envoltos em plástico bolha e com um torniquete no pescoço. Além disso, o corpo estava trajando o mesmo vestido que Anic usava no dia em que foi vista pela última vez. A identificação foi feita pelo Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresópolis, utilizando registros dentários da vítima. Na quinta-feira (26 de setembro), a polícia confirmou oficialmente que o corpo era de Anic Herdy.
Anic desapareceu após sair de um shopping center em Petrópolis. Seu marido, Benjamin, recebeu mensagens de resgate exigindo R$ 4,6 milhões, valor que foi pago através de transferências bancárias e saques em dinheiro. Curiosamente, a polícia só foi informada sobre o desaparecimento duas semanas depois, quando uma filha de Benjamin reportou o caso. Lourival Correa Netto Fadiga e mais três indivíduos foram presos e acusados de extorsão mediante sequestro. A investigação continua em andamento, tentando desvendar todos os detalhes e possíveis cúmplices desse crime hediondo.
O caso de Anic Herdy causou grande comoção na cidade de Petrópolis. Moradora respeitada e advogada reconhecida, Anic era vista como uma pessoa altruísta e comprometida com sua profissão. Seus amigos e parentes estão devastados com a confirmação de sua morte, especialmente de uma maneira tão cruel e desumana.
A demora na comunicação do desaparecimento às autoridades, assim como os detalhes nebulosos envolvendo o pagamento do resgate e a possível participação do marido, levantam diversas questões. A comunidade local espera que todos os responsáveis sejam levados à justiça e que a memória de Anic seja honrada.
O trágico destino de Anic Herdy também impulsiona uma reflexão sobre a violência contra mulheres. Infelizmente, casos como o dela não são isolados e chamam atenção para a urgência de medidas mais efetivas na proteção de mulheres contra violência doméstica e crimes passionais. Estatísticas apontam que muitas mulheres sofrem em silêncio, e nem todas têm suas histórias contadas ou seus algozes punidos.
Os movimentos feministas e defensores dos direitos humanos têm constantemente lembrado a sociedade e as autoridades da importância de políticas públicas voltadas para a proteção das mulheres. É preciso mais que leis; é necessária a mudança cultural que permita a construção de um ambiente seguro e equitativo para todas.
A trágica história de Anic Herdy continuará a ser investigada pela Polícia Civil. A comunidade de Petrópolis espera que todos os envolvidos paguem por seus crimes e que a justiça traga algum conforto para a família e amigos da advogada.
Este caso serve como um lembrete sombrio das ameaças que muitas mulheres enfrentam diariamente. É crucial que todos tomem parte nesta luta por um mundo mais justo e seguro, onde casos como o de Anic não se tornem apenas mais uma estatística.