A operação da polícia civil, denominada 'Rifa Limpa', veio à tona como uma resposta aos crescentes relatos de fraude em rifas organizadas por influenciadores digitais no Rio de Janeiro. Entre os principais alvos estava Vivianne Noronha, esposa do famoso funkeiro MC Poze do Rodo. A operação tinha como objetivo principal investigar e recolher documentos que comprovassem a prática de fraudes nos sorteios promovidos. A fraude envolvia tanto os procedimentos internos dos sorteios quanto a entrega de prêmios a supostos ganhadores.
A investigação abrange não só Vivianne, mas também outras seis pessoas, entre elas Roger Rodrigues dos Santos (conhecido como Roginho Dú Ouro), Jonathan Luis Chaves Costa (ou Jon Jon), Leandro Medeiros (apelidado Lacraia), e Bolívar Guerrero Silva, um cirurgião plástico equatoriano, junto de suas secretárias, Ítala e Edvania. Todos são suspeitos de pertencer a uma organização criminosa dedicada à lavagem de dinheiro. Segundo informações da Delegacia de Defraudações (DDEF), este grupo teria realizado rifas ilegais com a finalidade de conseguir grandes lucros sob falsas pretensões de legitimidade.
Dando prosseguimento às investigações, as autoridades executaram dez mandados de busca e apreensão. Durante a operação, veículos de luxo, joias e smartphones de última geração foram apreendidos, indicando o nível de sofisticação e os possíveis rendimentos advindos das atividades ilícitas do grupo. Esta ação estratégica da polícia visa não apenas desmantelar a atividade ilegal de rifas, mas também fortalecer a confiança do público em processos de sorteios realmente legais.
A prática de rifas requer autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap), vinculada ao Ministério da Economia, bem como segue regulamentações rígidas que permitem apenas a instituições sem fins lucrativos conduzir tais operações. Fato preocupante é que os envolvidos anunciavam os sorteios em redes sociais utilizando mecanismos semelhantes aos adotados pelas Loterias Federais, conferindo assim um ar de legitimidade que afasta suspeitas dos participantes.
Um dos principais elementos que levaram à suspeita de atividades ilícitas foi a utilização de um aplicativo sob medida que, segundo a investigação, possibilitava manipulação dos resultados favorecendo os organizadores. Este app personalizado despertou dúvidas sobre sua real finalidade e autenticidade, pois não estava sujeito a auditorias por entidades independentes. A falta de transparência se somava à ausência de uma lista de ganhadores validados, levantando questionamentos sobre a distribuição real dos prêmios.
A repercussão do caso rapidamente tomou conta das mídias sociais e gerou discussões sobre a falta de regulação e fiscalização de rifas promovidas online. MC Poze do Rodo, por sua vez, utilizou suas redes sociais para afirmar que, apesar das acusações, ele e sua esposa estavam tranquilos em relação aos desdobramentos do caso. Esse episódio ressalta a importância de um olhar atento das autoridades sobre o crescente mercado digital de sorteios e sua regulação.
Embora ainda não tenha sido oferecida defesa formal por parte dos envolvidos, a expectativa é que, com a coleta de provas, as autoridades possam concluir este complexo caso. A população, por sua vez, aguarda justiça e proteção contra fraudes que se proliferam no ambiente digital, reafirmando a importância de práticas comerciais éticas e transparentes para a segurança de todos.