Uma crise diplomática de grandes proporções surgiu entre o México e o Equador após uma invasão na embaixada equatoriana na Cidade do México. O local abrigava a ex-ministra María de los Ángeles Duarte, que estava refugiada ali há mais de um ano, buscando asilo devido a acusações de peculato pelo governo equatoriano. Duarte foi ministra durante o governo do ex-presidente Rafael Correa e afirma ser vítima de perseguição política.
O episódio ocorreu em 28 de junho, quando cerca de 20 pessoas, supostamente ligadas ao governo do Equador, invadiram a embaixada, violando assim o asilo diplomático concedido a Duarte. A ação gerou uma intensa reação do governo mexicano, que classificou o incidente como uma 'grave violação' do direito internacional e das normas diplomáticas. O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, convocou o embaixador do Equador no México, Mauricio Montalvo, para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
Por sua vez, o presidente equatoriano, Guillermo Lasso, negou qualquer envolvimento governamental na invasão, alegando que se tratou de uma 'ação privada' de indivíduos. No entanto, o governo mexicano se manifestou dizendo possuir evidências que ligam o governo equatoriano diretamente ao incidente. Essa alegação intensificou a crise, levando o México a chamar seu embaixador no Equador para consultas e anunciar que levará o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar a violação do asilo diplomático.
María de los Ángeles Duarte, que estava vivendo na embaixada desde maio de 2022, solicitou proteção ao governo mexicano, que prometeu garantir sua segurança. A invasão e subsequente crise geraram forte condenação pública no México, com numerosas vozes exigindo que o governo equatoriano respeite as normas diplomáticas e o direito internacional.
María de los Ángeles Duarte foi uma figura proeminente no governo de Rafael Correa, exercendo funções de ministra em várias pastas. Após o término do governo Correa, Duarte enfrentou acusações de peculato, que ela e seus defensores clamam ser uma retaliação política dos novos governantes do Equador. Perseguida por estas acusações, Duarte buscou refúgio na embaixada equatoriana na Cidade do México em maio de 2022, onde permaneceu até o incidente recente.
O conceito de asilo diplomático é um princípio sagrado nas relações internacionais, oferecendo proteção a indivíduos que enfrentam perseguição política em seus países de origem. A violação desse direito é um ataque direto à integridade do sistema diplomático e é tomada como uma ofensa séria pela comunidade internacional.
O incidente não só agravou as relações entre México e Equador, mas também abalou a confiança nas normas diplomáticas estabelecidas. O México, além de levar a questão à OEA e à ONU, está buscando apoio de outras nações para assegurar que tais violações não se repitam. A comunidade internacional, especialmente na América Latina, está atenta aos desdobramentos, visto que precedentes como este podem comprometer a segurança de asilos diplomáticos futuros.
No México, a invasão gerou uma onda de indignação entre políticos e cidadãos. Deputados de diferentes espectros políticos expressaram sua repulsa ao incidente, classificando-o como uma afronta à soberania e às normas internacionais. A chanceleria mexicana está mobilizada para assegurar que todos os aspectos da invasão sejam investigados e que justiça seja feita.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, em pronunciamentos, tenta dissociar seu governo do incidente, mas a desconfiança persiste. Observadores internacionais pedem uma investigação transparente para esclarecer se houve ou não envolvimento oficial na invasão. A pressão sobre o governo de Lasso aumenta à medida que mais detalhes do evento vêm à tona.
A postura de María de los Ángeles Duarte permanece resiliente, mesmo sob a pressão das acusações e agora sob o risco de sua segurança pessoal. Duarte continua a defender sua inocência e a apontar para motivações políticas por trás das acusações. Seu caso agora não é apenas um exemplo da disputa política no Equador, mas um símbolo de resistência contra a injustiça política.
Este incidente lança uma luz preocupante sobre a vulnerabilidade das normas diplomáticas em tempos de instabilidade política. A crise entre México e Equador serve como um lembrete da importância de proteger os direitos diplomáticos e garantir a segurança daqueles que buscam asilo. A resposta da comunidade internacional será crucial para definir como casos semelhantes serão tratados no futuro, ressaltando a necessidade de um sistema internacional robusto e respeitado que salvaguarde os princípios de asilo e diplomacia.