Quando BRK Ambiental divulgou, no dia 23 de setembro de 2025, que a primavera chegou trazendo uma forte frente fria, a reação foi quase instantânea: moradores da Zona da Mata, em Minas Gerais, começaram a ajustar os aquecedores e a guardar os guarda-chuvas.
A estação oficial começou na segunda‑feira, 22 de setembro, às 15h19 (horário de Brasília). Desde então, o clima tem mudado de forma brusca, sobretudo na região do Campo das Vertentes e em cidades como Juiz de Fora, Barbacena e Viçosa.
Nos últimos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou temperaturas recordes de calor em várias capitais do Sudeste. Porém, a climatologia da primavera no Brasil costuma ser marcada por frentes frias vindas do Sul, que trazem instabilidade e precipitações mais intensas.
Segundo o serviço, a passagem da frente fria costuma gerar quedas de temperatura de até 10°C em menos de 24 horas, além de ventos fortes e trovoadas. Esse padrão foi observado ainda em 2023, quando a primavera trouxe chuvas acima da média em Minas Gerais e São Paulo.
O Defesa Civil de Juiz de Fora emitiu alerta de ventos de até 60 km/h a partir de terça‑feira, 23 de setembro. O risco inclui galhos caídos, quedas de energia e, em áreas rurais, danos a plantações.
Entre 23 e 25 de setembro, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas intensas e possíveis granizo em Juiz de Fora, Barbacena, São João del Rei, Muriaé e Viçosa. As precipitações devem se manter próximas da média histórica da primavera, mas a concentração de volume em curtos períodos pode gerar alagamentos localizados.
Em Juiz de Fora, o comércio precoce já notou queda nas vendas de roupas de verão e aumento na procura por roupas de frio. A prefeitura ativou equipes de limpeza urbana para remover entulhos que possam bloquear bueiros.
Na capital mineira, Belo Horizonte, a temperatura de 13 °C foi a mais baixa já registrada em setembro nas últimas duas décadas, segundo a Agência Nottus. O meteorologista Alexandre Nascimento explicou que o bloqueio gerado por uma alta pressão polar impede a entrada de massas de ar quente vindas do interior, prolongando o frio.
Em São Paulo, escolas de ensino fundamental adiaram atividades ao ar livre, enquanto os hospitais relataram um leve aumento de casos de resfriados, mas sem sobrecarga nos serviços de emergência.
De acordo com a Agência Nottus, a frente fria vem de um sistema de alta pressão de origem polar que se desloca sobre o Oceano Atlântico Sul. Esse fenômeno cria uma “cobertura” que mantém o ar frio sobre o Sul e Sudeste por vários dias.
O Epagri/Ciram, responsável pela previsão climática em Santa Catarina, projeta que, apesar de o frio perder força no fim de semana, a precipitação permanecerá perto da média até dezembro. Em outubro, a região oeste do estado deve registrar os maiores volumes anuais de chuva.
O meteorologista da Nottus também alertou que, com a diminuição da amplitude térmica, aumentam as chances de formação de tempestades elétricas, granizo e ventos de rajada.
O verão no Hemisfério Sul tem início oficialmente em 21 de dezembro de 2025, às 12h03 (horário local). Até lá, a tendência é que a temperatura volte a subir gradualmente, mas com picos de chuva ainda frequentes, principalmente entre outubro e dezembro.
Especialistas recomendam que agricultores do interior de Minas Gerais ajustem o calendário de plantio, privilegiando culturas menos sensíveis ao frio, enquanto as autoridades de saúde reforcem campanhas de prevenção contra gripe e resfriados.
Em resumo, a primavera chegou vestida de frio inesperado, mas com a previsão de estabilização climática a partir da primeira semana de outubro.
O frio repentino pode atrasar a germinação de sementes sensíveis, como soja e milho, e aumenta o risco de geada nas áreas de cafeicultura. Agricultores são orientados a adotar cultivares mais resistentes e a proteger as plantações com coberturas.
Além de Juiz de Fora, Barbacena e Viçosa, a Defesa Civil recomenda atenção em São João del Rei, Muriaé e nas áreas serranas de Minas Gerais, onde rajadas podem ultrapassar 60 km/h.
É aconselhável evitar deslocamentos em áreas alagadas, manter galhos de árvores podados e ter lanternas e baterias à mão. Em caso de trovões, desligue aparelhos eletrônicos para prevenir danos por descargas.
Especialistas da Epagri/Ciram apontam que a tendência de aquecimento volta a se firmar na primeira semana de outubro, com mínima estabilidade a partir da terceira semana.
Mesmo que o verão comece oficialmente em 21 de dezembro, a permanência de chuvas intensas até outubro pode atrasar o aquecimento pleno das regiões sul e sudeste, prolongando condições de clima ameno por mais algumas semanas.
Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves
outubro 7, 2025 AT 22:02É, galera, o frio chegou de surpresa, melhor já garantir um agasalho quentinho pra não ficar tremendo no caminho.