Neste sábado, 22 de novembro de 2025, às 17h (horário de Brasília), o Atlético Mineiro e o Lanús se enfrentam na final da Copa Sul-Americana 2025Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. O Galo busca seu primeiro título na competição — e o segundo da temporada —, enquanto o clube argentino tenta repetir a façanha de 2013, quando venceu a Ponte Preta e levantou a taça pela única vez em sua história. A partida, que promete ser eletrizante, terá transmissão ao vivo pelo SBT, ESPN e Disney+, e será marcada por tecnologias de ponta: o sistema de impedimento semiautomático e a tecnologia de linha de gol, já testadas na final da Copa Libertadores deste ano. Afinal, não é todo dia que um time mineiro chega a uma final continental — e menos ainda depois de conquistar o Brasileirão.
Uma campanha histórica para o Atlético Mineiro
O caminho do
Atlético Mineiro até a final foi de pura resiliência. Na fase de grupos, terminou em segundo no Grupo H com 9 pontos, atrás apenas do Cienciano, do Peru, mas superando Caracas FC e Deportes Iquique. Nas oitavas, enfrentou o Atlético Bucaramanga e passou nos pênaltis — com Everson Salles de Moraes Júnior salvando dois cobranças e marcando o gol da classificação. Nas quartas, venceu o Godoy Cruz por 2 a 1 na Arena MRV e por 1 a 0 na Argentina, com gols de Rodrigo Cuello, Hulk e Natanael Pimienta. Na semifinal, enfrentou o Bolívar em La Paz, empatou por 2 a 2, mas venceu por 1 a 0 em Belo Horizonte com gol de Bernard Anjos Araújo. E na penúltima rodada, enfrentou o Independiente del Valle: empatou por 1 a 1 no Equador, mas explodiu em casa com vitória por 3 a 1, com Arana, Bernard e Hulk decidindo. O time, comandado por uma comissão técnica coesa, não apenas jogou bem — jogou com inteligência tática e frieza nos momentos decisivos.
O desafio argentino: Lanús na busca pelo bicampeonato
Do outro lado, o
Lanús chegou à final com uma campanha sólida, quase impecável. Liderou seu grupo com 12 pontos, eliminou o Central Córdoba nas oitavas, surpreendeu o
Fluminense nas quartas e derrubou a Universidad de Chile na semifinal. O clube argentino, que vive um renascimento após anos de crise, tem um elenco equilibrado, com experiência de jogadores como o zagueiro Juan Cervi e o meia Matías Caruzzo, que lideram a equipe com calma e autoridade. Afinal, não é fácil chegar a uma final continental sem ter uma base defensiva sólida — e o Lanús tem isso. Mas será que basta? O Atlético Mineiro, em casa, é uma máquina de gols. Fora, é implacável. E o jogo será em Assunção, um terreno neutro... mas não exatamente favorável ao time argentino.
Um estádio com história e uma premiação que muda tudo
O
Estádio Defensores del Chaco, com 42.354 lugares, foi escolhido pela
CONMEBOL por sua localização central e infraestrutura comprovada. Já sediou finais da Copa América e da Copa Sul-Americana, e sempre tem um clima intenso. Neste sábado, a expectativa é de que o estádio fique lotado — e não só de torcedores: a emissora de TV local, TV Paraguay, já anunciou que terá a maior equipe de produção da história da emissora. A premiação é outra peça-chave: o vencedor leva
US$ 6,5 milhões, o que representa quase o dobro do que o campeão da Copa Sul-Americana recebia em 2020. Para o Atlético Mineiro, isso é mais do que dinheiro — é investimento em infraestrutura, contratações e base juvenil. Se vencer, será o primeiro clube mineiro a conquistar a competição — e o primeiro brasileiro a vencer a Copa Sul-Americana desde o Corinthians, em 2012.
Confronto direto: a sombra da Recopa de 2014
Historicamente, o Atlético Mineiro leva vantagem sobre o Lanús. Nas duas únicas partidas entre eles — ambas na final da Recopa Sul-Americana de 2014 — o Galo venceu por 3 a 1 no agregado, com gols de Jô e Luan. Na época, o Lanús vinha de sua única conquista na Copa Sul-Americana, e o Atlético, de um título brasileiro. Hoje, a situação se inverte: o Galo vem de um Brasileirão, e o Lanús, de uma campanha surpreendente. Mas a memória coletiva dos jogadores e torcedores do Atlético Mineiro ainda carrega o peso daquela vitória. “A gente não esquece o que aconteceu em 2014”, disse o volante Bernard Anjos Araújo, autor de dois gols na semifinal. “E não vamos esquecer o que queremos fazer hoje.”
Por que isso importa para o futebol brasileiro?
O futebol brasileiro vive um momento de reconstrução de sua identidade continental. Depois de anos de desinteresse por torneios sul-americanos — com clubes priorizando o Brasileirão e a Copa Libertadores —, o Atlético Mineiro está mostrando que é possível vencer em dois níveis ao mesmo tempo. Se vencer neste sábado, será o primeiro clube brasileiro a conquistar o Brasileirão e a Copa Sul-Americana na mesma temporada desde o São Paulo, em 2005. E mais: o título garantirá vaga na Copa Libertadores de 2026, o que significa mais dinheiro, mais visibilidade, mais jogadores de qualidade. Para os pequenos clubes, isso é um modelo. Para os grandes, é um alerta: não se pode mais ignorar a Sul-Americana.
O que está em jogo além da taça?
Além da taça e do prêmio em dinheiro, o vencedor terá um impacto direto na cultura do clube. O Atlético Mineiro, que já vive um boom de afiliados e merchandising, pode dobrar sua base de torcedores. O Lanús, por sua vez, pode se tornar o primeiro clube argentino a conquistar duas Copas Sul-Americanas — algo que nem o Boca Juniors ou o River Plate fizeram. Afinal, o futebol sul-americano não é só sobre Libertadores. É sobre identidade, tradição e resistência. E neste sábado, em Assunção, duas identidades se encontram. Uma delas, há 11 anos, não tinha títulos continentais. A outra, há 11 anos, tinha acabado de se tornar campeã. Hoje, ambas querem o mesmo: serem lembradas.
Frequently Asked Questions
Como foi o histórico de confrontos entre Atlético Mineiro e Lanús?
Os dois times se enfrentaram apenas duas vezes, ambas na final da Recopa Sul-Americana de 2014. O Atlético Mineiro venceu por 2 a 1 em Belo Horizonte e por 1 a 0 em Buenos Aires, garantindo o título por 3 a 1 no agregado. Nenhum outro jogo entre eles foi registrado em competições oficiais desde então.
Quais são os principais jogadores em forma para a final?
No Atlético Mineiro, Hulk (8 gols na competição), Bernard Anjos Araújo (5 gols) e Everson Salles (com 4 defesas decisivas nos pênaltis) são os destaques. Para o Lanús, o zagueiro Juan Cervi lidera a defesa com 11 jogos sem sofrer gols em casa, e o meia Matías Caruzzo tem 3 assistências na fase final da competição.
Qual o impacto financeiro do título para o Atlético Mineiro?
O vencedor recebe US$ 6,5 milhões em prêmio direto, além da vaga na Copa Libertadores de 2026, que garante pelo menos US$ 10 milhões em receitas adicionais com direitos de transmissão e patrocínios. Para o Atlético, isso representa quase 40% do orçamento anual da base juvenil.
Por que a final foi marcada no Paraguai e não no Brasil ou na Argentina?
A CONMEBOL escolheu Assunção por sua localização geográfica central, facilitando a logística de torcedores de ambos os países. Além disso, o Estádio Defensores del Chaco já sediou finais da Copa Sul-Americana em 2011 e 2017, com excelente avaliação de infraestrutura e segurança.
O Atlético Mineiro já conquistou alguma vez a Copa Sul-Americana?
Nunca. Apesar de ter chegado à final em 2005 (perdendo para o Independiente del Valle) e ter sido vice em 2012, o clube nunca levantou a taça. Se vencer neste sábado, será o primeiro título da competição na história do clube — e o primeiro de um time mineiro.
O Lanús já foi campeão da Copa Sul-Americana antes?
Sim. O Lanús conquistou o título em 2013, ao derrotar a Ponte Preta por 3 a 1 no agregado. Foi o primeiro e único título da competição na história do clube, e o único troféu internacional desde 1992. Um novo título em 2025 o colocaria entre os maiores da Argentina fora da elite.